Como uma Superhost queniana promove a inclusão durante a hospedagem

O Dia Internacional da Mulher é 8 de março, e o tema deste ano é #ChooseToChallenge, incentivando-nos a todos a chamar a atenção para a desigualdade e a trabalhar para criar um mundo inclusivo.

Nos EUA e no Canadá, o Mês da História Negra é homenageado em fevereiro e o Mês da História das Mulheres é em março, por isso há muitas oportunidades nos primeiros meses do ano para celebrar grupos que historicamente sofreram desigualdade e discriminação.

Mas, na Airbnb, honrar a história das mulheres e a história dos negros não começa e termina apenas num mês. Consideramos importante celebrar a história das mulheres, bem como a história dos negros, que faz parte da história global, todos os dias. Nesse sentido, falámos com uma Superhost negra com sede em Nairobi, Quénia, sobre a sua experiência a hospedar pessoas do mundo inteiro e recebemos as suas dicas para promover a inclusividade.

A Superhost Juliette de Nairobi, Quénia, partilhou que sofreu discriminação em quatro aeroportos diferentes enquanto viajava. "Fui discriminada e revistada, apesar de ter documentos de viagem autênticos", diz ela. "Estas experiências obrigaram-me a ser mais forte e garantir que mostrava compaixão, amabilidade e empatia na minha jornada transcultural."

Juliette é uma líder da comunidade anfitriã do grupo de Anfitriões do Quénia, o que significa que se voluntaria para liderar o grupo, bem como encontros para outros anfitriões. Antes de se tornar anfitriã, foi consultora de estratégia empresarial durante mais de 20 anos. Depois de se reformar antecipadamente em agosto de 2014, viajou para a Cidade do Cabo, África do Sul, e reservou uma casa na Airbnb. Depois dessa experiência, ficou entusiasmada com a perspetiva de hospedar.

"Fui imediatamente para casa, renovei-a e decidi anunciá-la na Airbnb", diz Juliette. Mas antes de publicar oficialmente o seu anúncio em janeiro de 2015, estava indecisa. "Mudei de ideias várias vezes... mas Pamellah, uma embaixadora anfitriã, convenceu-me a experimentar."

Juliette anuncia a casa da sua família na Airbnb. "Criei os meus filhos na mesma casa", diz ela. "Conheço todas as partes únicas dessa casa, onde é mais quente e onde é um pouco mais fria." Agora, recebe alegremente novas gerações de famílias no seu espaço.

Juliette aprendeu alguma coisa sobre hospedagem ao longo dos anos e procura sempre ser educada ao receber os hóspedes. Aqui estão as suas principais sugestões para promover a inclusividade:

• Junte-se a um grupo de anfitriões. "Não comece sozinho", diz Juliette. "Há uma rede de anfitriões que já estiveram na sua posição, dispostos a ajudá-lo no seu percurso, a fornecer conselhos e a ajudá-lo a ultrapassar o seu ceticismo. É muito mais fácil hospedar agora do que há uns anos."
• Faça a sua pesquisa. "Use os recursos à sua disposição", diz Juliette. "A Airbnb fornece-lhe estas informações, mas também há muitos outros recursos por aí. Há muito mais informações disponíveis agora do que antes."
• Desenvolva o seu estilo de hospedagem. À medida que começa a hospedar, tenha noção do que pretende. "Tenha uma definição do que deseja alcançar na Airbnb", sugere Juliette. "Como gostaria de ser tratado se fosse o hóspede? Qual é o seu nicho? O que pode fazer de forma diferente? Como deseja que os seus hóspedes se lembrem de si? Crie um plano."
• Retribua à sua comunidade. Se estiver a ajudar outras pessoas, tem mais hipóteses de ser inclusivo e envolvido. "Assim que se estabelecer como anfitrião e desenvolver o seu nicho, encontre formas de retribuir e apoiar outros anfitriões", diz Juliette. "Atualmente, apoio as mulheres através da hospedagem."
• Dê prioridade à segurança. "É muito importante para mim sentir-me segura como uma mulher negra", diz Juliette. "Desenvolva confiança com o seu hóspede; é crucial para a sua capacidade de protegê-lo." Juliette também ajuda os hóspedes a compreender os transportes na sua região. "Sei que viajar sozinho ou mesmo com outras pessoas num novo lugar pode ser uma experiência assustadora", diz ela. "Uso o conhecimento que tenho da cidade, da minha casa e dos hóspedes para criar a experiência mais segura possível."

Como anfitriã negra que recebe regularmente hóspedes do mundo inteiro, Juliette sabe a importância de promover um sentimento de inclusão e pertença. Nos últimos seis anos desde que começou a hospedar, aprendeu muito sobre como fazer com que os seus hóspedes se sintam bem-vindos. Aqui estão as suas melhores dicas de hospedagem:

• Conte a sua história através do seu anúncio. Identifique aquilo que o torna a si e ao seu espaço únicos e partilhe-o no seu perfil e anúncio de anfitrião. "Inclua todos os detalhes do que o torna a si e ao seu anúncio especiais e seja claro sobre o que podem esperar", diz Juliette. "É outra forma de estabelecer uma ligação consigo."
• Ative a Reserva Imediata. É importante que Juliette trate todos os seus hóspedes de forma igual, o que começa por permitir a Reserva Imediata. Embora os anfitriões não possam aceder às fotos de perfil até a reserva ser concluída, a discriminação é frequentemente baseada na perceção, e as pessoas podem desenvolver uma perceção da raça de alguém a partir de coisas como nomes próprios. A Reserva Imediata remove essas variáveis do processo de reserva.
• Comunique rápido e com frequência. "Normalmente, começo o processo por perguntar do que o hóspede precisa, o que posso esperar, a que horas chegará, o que posso fazer por ele e como posso melhorar a sua experiência", diz Juliette. O manual da casa dela preenche as lacunas. "Também forneço um manual para ajudá-los a circular no meu espaço e evitar surpresas. O excesso de comunicação pode evitar muitos problemas."
• Dê as boas-vindas pessoalmente. "Trato cada hóspede como alguém especial", diz Juliette. "Incluo etiquetas com o nome de cada hóspede e ofereço tratamento personalizado a cada hóspede individualmente. Também recebo os meus hóspedes pessoalmente, a não ser que não esteja por perto." Fornecer o mesmo tratamento acolhedor a todos os hóspedes pode ajudar a limitar o preconceito, promover a inclusão e garantir que todos se sentem confortáveis.
• Preste atenção às necessidades dos hóspedes. "Recebo hóspedes de todas as culturas e origens e todos eles têm necessidades, expectativas e experiências diferentes", diz Juliette. "Ouço tudo o que dizem e faço perguntas adicionais se não estiver a ser clara." Por exemplo, muitas vezes recebe viajantes quenianos que vivem noutros países e que voltaram a casa de visita. "Muitas vezes, ajudo-os a familiarizarem-se com Nairobi", diz ela.

Como anfitrião, sabe a importância de confrontar e desmantelar o seu próprio preconceito inerente, para que possa continuar a oferecer o mesmo tipo de hospitalidade a todos os seus hóspedes, independentemente de quem são, de onde vêm ou da sua aparência, por exemplo.

Por isso, gostaríamos de partilhar alguns recursos que achámos úteis na nossa jornada contínua para promover o ativismo e a aliança em toda a nossa comunidade.

• Guia de Ativismo e Aliança da comunidade Black@ da Airbnb
• Black Weekender’s Guide to New York City, the Bay Area, Seattle, Atlanta, and Montreal
• Traveling While Black in the Jim Crow Era
• About Race with Reni Eddo-Lodge (podcast)
• The Negro Motorist Green Book and Black America’s Perpetual Search for a Home

Queremos continuar a conversa sobre inclusividade, por isso esperamos que publique informações sobre as suas próprias experiências de hospedagem na Airbnb no nosso Centro da Comunidade e os recursos e dicas que mais o ajudaram a criar um espaço onde todos pertencem.